O poder da representação de ideias já é há muito tempo conhecido. Além do papel central na criação de obras de arte, para desenvolver pesquisas, produtos ou serviços, cientistas, engenheiros e designers há muito utilizam ferramentas que externalizam as produções da mente e permitem olhar para aquilo que está sendo pensado, pelo lado de fora.
Imagens são pacotes de significado condensado1 e mostram de uma só vez, conceito e estrutura. Desta forma fica possível conversar com a ideia, manipular conceitos abstratos, trabalhar com o intangível e dar corpo no espaço aquilo que reside no invisível. Pessoas que rabiscam suas ideias durante a execução de uma tarefa, encontram soluções e resolvem problemas muito mais rapidamente.2
Segundo estudos, externalizar as ideias contribui diretamente na emergência do processo criativo3 e consequentemente favorece a inovação. É por isso que a IDEO, a famosa companhia global de design de David Kelley, instrui seus grupos a serem visuais, usarem o corpo e o espaço na modelagem de produtos e serviços4. Aliás, foi Robert McKim, professor de Kelley em Stanford, quem deu início a uma forma de pensar visual projetual que culminaria pouco tempo depois no hoje tão conhecido Design Thinking.
Criativos excepcionais reportam com frequência, fazer uso de uma linguagem visual não-verbal para desenvolver suas soluções criativas5.
Desenhar é visualizar os pensamentos.6 É uma forma de ordenar as impressões do mundo, dar lugar ås ideias e sentimentos de forma concreta, fora de si.7 Mas, ao contrário do que pode parecer, pensar visualmente não é só desenhar. Esta é apenas uma parte deste extenso universo. Pensar visualmente é utilizar qualquer artefato com o fim de representar algo. Pode ser um objeto como uma peça de Lego, uma simples folha de Post-it® ou mesmo uma narrativa visual inteirinha. A questão é como e onde usá-lo, sendo necessário atribuir um significado atrelado aquele artefato, encapsular conceitos e testar seu uso ferramental.